Harry and Tonto, filme estadunidense de 1974, dirigido por Paul Mazursky e estralado pelo premiado ator Art Carney, conta a história de Harry, um senhor de idade que é despejado de seu antigo apartamento em Nova York e se vê obrigado a procurar um novo lar. Ao lado de seu Cato, Tonto, ele viaja até o Oeste dos EUA em busca de um lugar em que se sinta feliz novamente.
A princípio, o filme parece ser apenas mais um “Sessão da Tarde água com açúcar”, mas aos poucos vemos que é uma história profunda e bem contada. Não é à toa que concorreu ao Oscar de Melhor Roteiro Original em 1975 e Art Carney levou o prêmio de Melhor Ator Protagonista.
Harry and Tonto é um drama reflexivo que consegue nos arrancar algumas boas risadas ao colocar seu protagonista em situações inusitadas, as quais passa ao lado de seu amado felino – diversas vezes o causador destas situações – que o acompanha como confidente e melhor amigo.
O ponto maior a ser tratado por nós, do Blog Primeiro Miado, é a importante relação entre Harry e seu Gatinho. O roteiro maravilhosamente introduz informações realistas sobre como é se viver ao lado de um bichano à medida que desenvolve sua história. Não há filtros ou embelezamento. Os pontuais momentos em que se destacam os cuidados tomados por Harry, assim como o conhecimento que tem sobre o animalzinho e suas ações, nos ensinam sobre estes fatores sem que a gente perceba.
Diferente de outros tantos filmes em que o animal é o protagonista e tem o foco narrativo, neste ele é um coadjuvante, que apenas aparece quando necessário para o desenrolar da história. Ao fazer isso, o filme nos mostra que a relação tutor e bichinho não é uma relação de superior/inferior, mas sim de companheirismo, igualdade e independência.
Matheus Kramer Margarida
Blog Primeiro Miado
03/05/2020